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Autonomia

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O que é premente é evitar a continuidade anula a panóplia de respostas inadequa- “O que podemos
de políticas fragmentadas, que promo- das e clivadas que transformam pessoas
vem a dependência institucional, sem re- em mantas de retalhos, negando a exis- testemunhar é que esta
sultados (bem comprovados) ao nível da tência de um mundo onde o biológico e ‘‘reforma’’ se tem traduzido
saúde, da autonomia e da inclusão social. o social se interferem e se comunicam.
na procura incessante de
O que podemos testemunhar é que esta A Rede de Cuidados Continuados Inte- práticas cada vez mais
“reforma” se tem traduzido na procura grados deverá ser analisada dentro desta exigentes e de qualidade,
incessante de práticas cada vez mais exi- racionalidade sistémica, revelando a con- estando conscientes da
gentes e de qualidade, estando conscien- fluência e a interferência destas diferen- intranquilidade, e da
tes da intranquilidade, e da indecisão, tes abordagens que se intertraduzem. indecisão, que este projecto
que este projecto provoca (ainda) a mui- provoca (ainda) a muitos
tos actores deste sistema, pelo que impli- Na acção de cada interventor
ca de inovação e mudança, nas respostas deve estar presente a ciência ”actores deste sistema
actuais existentes, quer na área da saúde, e a arte
enlace en red 17 quer na área social.
Além do saber, há o saber fazer e há o
A heterogeneidade de situações, o inter- olhar com olhos de pensar.
face de diferentes realidades e o impacto
que esta nova abordagem tem na trajec- É-lhe assim necessário conhecer bem os
tória de vida das pessoas/utentes, reme- contextos onde intervém, e conhecer os
te-nos para a necessidade de respostas horizontes e limites da sua intervenção.
específicas e diversificadas. Deve agir localmente, mas não deixando
de ter um pensamento suficientemente
A profunda alteração conceptual concen- global para a pertinência do que faz.
tra-se no desvio de uma lógica de “indivi-
dualidades”, para uma lógica de sistema Já que falamos de Ética, não nos parece
complexo, global e integrado, que anula demais relembrar um princípio funda-
a visão “separatista” dos domínios bioló- mental de que nada se pode, nem deve
gico – psicológico – social, assim como fazer, sem o pleno acordo do Outro –
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